“Depois, sabendo Jesus que todas as coisas já estavam consumadas, para que se cumprisse a Escritura, disse: Tenho sede. Estava ali um vaso cheio de vinagre. Puseram, pois, numa cana de hissopo uma esponja ensopada de vinagre, e lha chegaram à boca. Então Jesus, depois de ter tomado o vinagre, disse: está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.”
João 19:28-30
Deus ao criar a humanidade, na sua infinita sabedoria e amor, já providenciou também, desde o princípio, a obra da redenção, cuja realização ocorreu por ocasião da crucificação, morte e ressurreição do Salvador.
Nesta obra do Redentor, marcada por sua profunda angústia no jardim do Getsêmane, prisão violenta, julgamento injusto, seguida de um avalanche de torturas e terrível escárnio, no firme, agoniado e moribundo, Jesus expressa suas últimas palavras. “Está consumado!”. Esta frase poderia ser entendida por: “Está concluído!”, “Está feito!”, “Acabou!”
Partindo das últimas palavras de Jesus na cruz, vamos meditar um pouco mais sobre o sentido delas.
“Está consumado”, a obra está concluída!
Quando Jesus Cristo morreu na cruz do Gólgota, estava concluída a maior obra já feita nesta terra. Foi uma obra tão infinitamente grande – e acima de tudo tão difícil –, que deixava Jesus muito angustiado antes mesmo de começar. Trata-se de uma expressão, não só de sentimento de missão cumprida, mas também de alívio por tudo que ela representa para Deus e para a humanidade. “Está consumado” também pode ser compreendido como “fiz a minha parte”, cabe agora a cada um reconhecer, com fé, para que esta obra tenha lugar na vida de cada um, individualmente. A obra da salvação é um realidade em tua vida? O amor do Salvador está consumado em ti?
“Está consumado”, um exemplo de perseverança
Em momento algum Jesus tentou desistir. Seu propósito era consumar a obra que Lhe estava destinada. O caminho era indizivelmente doloroso, a angústia era enorme, mas Ele seguiu Seu rumo até a morte, e morte de cruz. Das profundezas de sua tortura Ele conseguiu dizer: “Está consumado!” Sim, a obra estava concluída, de uma vez por todas. Consumá-la exigiu um altíssimo preço, mas Jesus suportou até o amargo fim e realizou-a plenamente. Em nossa jornada com Deus, não basta começar, se não conseguirmos concluir a obra. Não basta crer no primeiro dia, mas importa também perseverar em todos os outros dias até ao fim, para que no nosso último dia de vida, possamos também expressar com fé e gratidão a Deus, “está consumado”. Por isso retome a jornada e vá até ao fim, com perseverança, pois Deus aguarda por ti, no fim de tudo.
“Está consumado”, missão cumprida.
Bem antes da cruz Ele já sofria indizivelmente. A luta no Getsêmani custou muito suor, lágrimas e até gotas de sangue ao nosso Senhor. Ali Ele foi tomado de uma agonia tão grande que sentiu angústias de morte, literalmente. E pensemos ainda na Sua condenação e em tudo o que fizeram com Ele antes de morrer. Teve de suportar a terrível flagelação romana, um sofrimento que muitos condenados não suportavam e morriam ainda antes da execução. Foi colocado um manto púrpura sobre Seus ombros machucados e uma coroa de espinhos em Sua cabeça. Essa coroa de espinhos não foi depositada gentilmente, mas com força bruta. Apanhou com uma vara, que “enterrou” ainda mais os espinhos da coroa em Sua cabeça. E a própria execução, na cruz, ainda nem havia começado! Foi uma jornada de sofrimento até ao fim. O caminho da cruz, ao qual somos chamados a trilhar todos os dias, é o caminho da submissão total, da humilhação completa, em obediência a Deus. “Está consumado” é um grito de Jesus de dever cumprido, quanto a missão que o Pai lhe encarregara. Jesus, nosso exemplo de obediência, nos insta a negarmos a nós mesmo, tomando todos os dias a nossa cruz, seguindo-o. A graça salvadora se aplica através da fé, mas sua eficácia é medida pela capacidade de obediência a Deus. Caminhemos com fé, submissão e humildade, até no último dia, quando a nossa redenção será completa.
“Está consumado”, Cristo é suficiente
“Está consumado” também é uma demonstração da suficiência da obra de Cristo. É a declaração de que o que Cristo realizou na cruz é suficiente para nos salvar dos pecados. Não há nada nem ninguém que se possa acrescer a isso, não obstante os diferentes mecanismos que Deus utiliza para nos achegarmos na cruz. Nem anjo, nem profeta, nem qualquer outro ritual, pode ser adicionado na obra feita na cruz para a nossa salvação. O que foi feito na cruz é suficiente. Basta apenas crer de todo coração na obra realizada na cruz, arrepender-se dos pecados e receber Jesus como Salvador, você é perdoado dos pecados, transformado em filho de Deus e partícipe do seu reino.
Está consumado!
Graça e paz.
𝑫𝒐𝒎 𝑮𝒆𝒓𝒂𝒍𝒅𝒐 𝑴𝒂𝒏𝒖𝒆𝒍