“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração; e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te. Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.”
Deuteronômio. 6:6-10
As palavras contidas no Livro de Deuteronômio são uma recapitulação do ensino da lei e últimas intervenções de Moisés, antes na tomada de Canaã. Em antevisão aos desafios religiosos que Israel enfrentaria em Canaã, pois estaria ledeado de nações idólatras, Moisés fez fortes apelos à responsabilidade espiritual daquele povo. E nestes versículos do capítulo 6 Moisés faz a exposição daqueles que podem ser considerados dos mais importantes versículos da Bíblia, conhecido como “Shemá Israel”, que se tornou com o tempo a afirmação definitiva da identidade judaica: «Ouve, ó Israel; Javé nosso Deus é o único Deus» (Deuteronômio 6:4). Este versículo e o seguinte (“Amarás, pois, a Javé teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças.”, Jesus os reafirmou e são o centro da fé e da relação com Deus. Então Moisés apelou aos anciãos a seres diligentes, intenso e fecundos no ensino para fazer face ao ambiente politeísta e idólatra do seu contexto. Assim, deste rico ensino, temos as seguintes lições:
Formação de convicções
“E estas palavras, que hoje te ordeno, estarão no teu coração”.
As convicções que temos é que dirigem a nossa vida. Por isso, antes de ensinar aos mais novos, é importante que os princípios divinos tenham profundas raízes na nossa mente. Só assim ela terá impacto na nossa maneira de viver. Se os adultos relativizarem os princípios divinos, se agirem com duplo ânimo, seu ensino será ineficiente, será apenas um ruído aos ouvidos dos mais novos. Os adultos precisam rever suas convicções e consolidá-las, antes de ensinar aos jovens.
A educação cristã
“e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa e andando pelo caminho, ao deitar-te e ao levantar-te.” Esta passagem ensina que o imperativo do ensino precisa ocupar uma parte significativa da agenda e rotina das famílias. A falta de visão, interesse e tempos têm sido os principais motivos do fracasso moral e espiritual das famílias. O culto doméstico devem ser transformar em cultura nas famílias. Porque se a famílias não preenche esta necessidade, a televisão, a Internet e as amizades inculcarão seus valores aos filhos e os “perderemos”. Precisamos agir energicamente, senão perderemos essa “guerra” ideológica e de valores, no contexto tão difícil em que nos encontramos.
Criatividade no ensino
“Também as atarás por sinal na tua mão e te serão por frontais entre os teus olhos; e as escreverás nos umbrais de tua casa, e nas tuas portas.” Esta passagem ensina que devemos usar todos instrumentos ao alcance para garantir uma educação eficaz para as famílias. Neste particular importa reconhecer que os meios e forma de ensino dos tempos bíblicos são diferentes dos instrumentos usados nos séculos seguintes e a maneira como foi educada a geração passada é diferente dos tempos modernos. Os pais precisam reaprender novos meios e novas formas de ensino, de acordo o actual contexto, sem subverter os mesmo e antigos princípios. Precisamos ser criativos na educação da nova geração, mas conservadores no conteúdo do ensino cristão.
Assentados à mesa.
“e as ensinarás a teus filhos, e delas falarás sentado em tua casa…”.
Os calor humano, no seio da família representa um “instrumento” de amor e educação muito poderoso. O “olhos-nos-olhos” tem um poder comunicativo insubstituível e não deve ser perdido em meio a correria da vida moderna. As famílias devem criar condições de “sentadas” regulares entre os seus membros a fim de partilhar preocupações, afectos, repreensões, expectativas e valores. Ter refeições todas à mesa, parece simples, tem um valor inestimável.
As famílias têm necessidades pastorais muito profundas e a responsabilidade primária é dos próprios responsáveis delas, que devem garantir um rumo doutrinário e espiritual para todos os seus membros, pois as pessoas passam mais tempo no seio familiar do que na Igreja. A família precisa assumir o seu papel no ensino e cuidado espiritual dos seus membros. A história tem provado que as famílias que levam a sério a educação dos seus membros são mais prósperas, em termos de valores morais, espirituais e papéis sociais.
Que Deus abençoe a ti e tua família.
Graça e paz.
𝑫𝒐𝒎 𝑮𝒆𝒓𝒂𝒍𝒅𝒐 𝑴𝒂𝒏𝒖𝒆𝒍