Amados irmãos e irmãs em Cristo,
Venho a vós guiado pelas palavras do apóstolo Paulo aos Colossenses. Em um mundo repleto de vozes conflitantes, doutrinas sedutoras e desafios à autoridade estabelecida, é crucial que permaneçamos vigilantes e fiéis aos ensinamentos de nosso Senhor Jesus Cristo.
O perigo das filosofias vazias e da arrogância intelectual
Paulo nos adverte: “Tendo cuidado, para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs subtilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo, e não segundo Cristo” (Colossenses 2:8).
Neste versículo, somos chamados a estar atentos não apenas às influências externas, mas também àqueles dentro da própria congregação que podem nos afastar da verdade de Cristo. As “filosofias e vãs subtilezas” mencionadas por Paulo não são meras ideias inofensivas, mas incluem argumentos aparentemente racionais e convincentes que buscam desafiar a autoridade estabelecida na Igreja.
Devemos estar especialmente atentos àqueles que se apresentam como “salvadores das ovelhas”, questionando as estruturas, orientações e ensinamentos fundamentais da igreja sem oferecer alternativas fundamentadas na Palavra de Deus. Esses indivíduos muitas vezes baseiam seus argumentos em lógica humana e filosofias mundanas, não na sabedoria divina revelada em Cristo.
A falsa humildade e a presunção de conhecimento superior
Paulo continua sua advertência: “Ninguém vos domine a seu bel-prazer, com pretexto de humildade e culto dos anjos, metendo-se em coisas que não viu, estando debalde inchado na sua carnal compreensão” (Colossenses 2:18).
Este versículo nos alerta contra aqueles que, sob a aparência de piedade ou conhecimento superior, buscam dominar os outros e minar a autoridade legítima na Igreja. A falsa humildade pode se manifestar como uma crítica constante às lideranças estabelecidas, acompanhada de afirmações de que possuem um entendimento mais profundo ou “racional” das questões espirituais ou organizacionais.
Devemos estar atentos a indivíduos que se “metem em coisas que não viram”, ou seja, que fazem afirmações ousadas sobre assuntos espirituais ou questões da Igreja sem ter a devida autoridade ou conhecimento para fazê-lo. Sua “carnal compreensão” os leva a confiar mais em seu próprio intelecto do que na sabedoria coletiva da Igreja e na orientação do Espírito Santo.
A futilidade das regras humanas e argumentos sem fundamento espiritual
Por fim, Paulo conclui: “As quais coisas todas perecem, pelo uso, segundo os preceitos e doutrinas dos homens; As quais têm, na verdade, alguma aparência de sabedoria, em devoção voluntária, humildade, e em disciplina do corpo, mas não são de valor algum, senão para a satisfação da carne” (Colossenses 2:22-23).
Estas palavras nos lembram que os argumentos e doutrinas criados pelos homens, por mais lógicos ou convincentes que pareçam, são ultimamente vazios se não estiverem fundamentados em Cristo. Aqueles que desafiam a autoridade da Igreja com base apenas em raciocínios humanos, sem uma sólida base espiritual, estão construindo sobre areia.
Seus argumentos podem ter uma “aparência de sabedoria”, mas no final, servem apenas para satisfazer o ego e os desejos carnais de controle e reconhecimento, não para edificar o corpo de Cristo ou glorificar a Deus.
O chamado à vigilância e ao discernimento
Diante desses avisos, como devemos responder? Eis algumas diretrizes para nos mantermos firmes na fé e respeitosos à autoridade legítima:
- Estude a Palavra de Deus: Familiarize-se profundamente com as Escrituras, pois elas são nossa defesa contra o engano e a base para avaliar qualquer argumento ou doutrina.
- Ore por discernimento: Peça a Deus sabedoria para distinguir entre desafios legítimos que podem melhorar a Igreja e argumentos vazios que apenas causam divisão.
- Respeite a autoridade estabelecida: Reconheça que Deus instituiu autoridades na Igreja para nossa edificação e protecção. Questione com respeito e humildade, não com arrogância.
- Examine tudo à luz de Cristo: Toda doutrina, prática ou argumento deve ser avaliado com base em sua conformidade com o evangelho de Jesus Cristo e o bem da Igreja como um todo.
- Seja humilde, mas firme: Reconheça que todos podemos errar, incluindo líderes, mas permaneça firme nas verdades fundamentais da fé e no respeito à ordem estabelecida por Deus.
- Busque a unidade: Lembre-se de que o objetivo final é a edificação do corpo de Cristo. Desconfie de argumentos ou acções que causem o desligamento do tronco da Igreja.
Amados, não nos deixemos enganar por aqueles que, intencionalmente ou não, distorcem a verdade do evangelho ou minam a autoridade estabelecida na Igreja. Sejamos críticos e pensantes, mas sempre com um espírito de humildade e amor. Mantenhamos nossos olhos fixos em Jesus, o autor e consumador de nossa fé, e busquemos a sabedoria que vem do alto, “primeiramente pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia” (Tiago 3:17).
Que a graça e a paz de nosso Senhor Jesus Cristo estejam com todos vós, guiando-vos em toda sabedoria e discernimento.
Amém.
𝐷𝑜𝑚 𝐵𝑒𝑛𝑜𝑛𝑒 𝑀𝑎𝑟𝑐𝑜𝑠
